Nosso post hoje é sobre a acessibilidade nos parques para portadores de necessidades especiais (PNE). Muitas pessoas com necessidades especiais acreditam que não podem viajar e conhecer a Terra da Magia, mas os parques estão preparados para atender a todos.
Eu convidei a Mariana Pranke, portadora de uma doença rara a Hipertensão Intracraniana Idiopática, para apresentar seu relato da viagem e descrever como funciona o atendimento nos parques às pessoas com necessidades especiais.
Mariana, seja muito bem-vinda ao Orlando em Família:
"Esse post será sobre a minha experiência
na Disney com acesso PNE (Portador de Necessidade Especial). Quem olha para
minha foto pode de cara pensar PNE essa menina? Sim! Possuo uma rara doença
neurológica chamada Hipertensão Intracraniana Idiopática (página no
facebook https://www.facebook.com/hipertensaointracranianaidiopatica). Ao longo dos anos
descobri que não precisa ser cadeirante para ter acesso PNE e que a vida (é já
é sofrida demais com esta doença) pode ficar bem mais confortável com esse tipo
de acesso.
Meu
maior sonho era conhecer a Disney World, contudo, um dos meus maiores medos era
o longo tempo no voo e, sobretudo, o longo tempo em pé na fila das atrações
(essa síndrome aumenta a produção de líquor na cabeça, causa dores muito
fortes, além de ser motivo para perda de visão. Uso uma válvula para retirar
essa produção excessiva, porém de pé, a válvula acaba drenando demais e eu
acabo ficando com falta de líquido, isso dá tontura, dor e uma sensação de
desmaio iminente).
Enfim,
decidi realizar meu sonho da forma que fosse possível, eis que tive uma ideia,
que tal escrever para os parques que vou visitar e perguntar como se dá o
acesso a pessoas com necessidades especiais.
Foi
então que vi que o meu sonho estava cada vez mais perto de ser verdadeiramente
um sonho e não um pesadelo.
Este post tem dois
objetivos, o primeiro, mostrar para as pessoas que respeito é bom e muito
necessário! E o segundo, dar o passo a passo para que você saiba o que fazer
para conseguir ter o DAS (Disability Access Service)! Lembrando que este post
tem a intenção de informar que este serviço existe para pessoas que realmente
tenham algum impedimento grave ou moderadamente grave de saúde!!!!!!
Começando pelo respeito, saí do Brasil munida de inúmeros laudos, declaração do neurologista, da oftalmologista, receitas dos medicamentos que uso. Tudo para poder comprovar a minha doença. Adivinha se alguém me questionou? Em todos os lugares que pedi para ter acesso facilitado, bastou eu dar a minha palavra, sim, isso mesmo, bastou eu dizer que não conseguiria ficar longo tempo em pé na fila para que conseguisse o registro de acesso facilitado nas atrações mais concorridas.
Além de
não precisar entrar na fila, algumas atrações reservam espaços para pessoas com
mobilidade reduzida (veja bem, o desenho da cadeira de rodas significa
mobilidade reduzida e este espaço não é exclusivo para cadeirantes). Em todas
as atrações que fiz uso deste espaço, nunca fui questionada se estava sentada
ali porque precisava. Eu simplesmente sentava, assistia ao espetáculo e ia
embora, com uma sensação maravilhosa de inclusão e respeito pela minha
limitação.
Agora o
passo a passo de como fazer para conseguir esse benefício:
Todos os
parques possuem um departamento chamado Guest Service, é neste local que será
concedido o benefício.
DISNEY: como
estava hospedada no resort dentro da Disney e possuía MagicBand, meu acesso DAS
ficou registrado na pulseira. Eles tiram uma foto e perguntam se tu vai
precisar de cadeira de rodas ou outro tipo de auxílio. O benefício é cadastrado
na pulseira do portador de necessidades, porém seus acompanhantes podem entrar
junto na atração. Dentro dos parques da Disney existe bastante diferença de
acesso. Em brinquedos mais procurados, você passa com a Band e reserva o
horário que deve voltar (funciona como um FastPass, com a diferença que não há
limite para uso). Lembrando que só é permitido reservar um brinquedo por vez.
Quando não há muita fila, os funcionários te passam direto. A grande maioria
das vezes você passa em uma fila especial, que faz com que você passe direto,
DIRETO para entrada do brinquedo! Os meets com personagens só tem acesso
prioritário se for uma atração com FastPass, do contrário, adultos mesmo com
DAS devem ficar na fila pois o meet é para crianças!
SEA
WORLD: também
no Guest Service você faz a solicitação de acesso facilitado. Neste parque me
foi entregue uma folha ofício com uma tabelinha, para que as atrações anotassem
o horário de retorno. Como o Sea não tem muita atração com fila, precisei usar
apenas uma vez, passei direto para entrada do brinquedo.
UNIVERSAL
e ISLANDS: é
necessário fazer apenas uma vez o cadastro e serve para os dois parques. Na
Universal o esquema foi parecido com o Sea, ganhei um cartão com código de
barras onde continha o tipo de acesso (lembrando que existem inúmeros tipos de
acesso conforme o grau de comprometimento da pessoa) e a grade para marcar o
horário das atrações. Neste parque é um pouco mais burocrático, mas nada
surreal. Pediram meu passaporte e fiz a solicitação por escrito, com endereço,
telefone, e-mail e assinatura. Após preencher o formulário o funcionário me
perguntou o que eu precisava. Aí disse que não conseguia ficar longo tempo em
pé na fila. Ele perguntou se além disso eu precisava de outro auxílio, como
ajuda para subir escadas ou carrinho para locomoção em longos trajetos.
Com
isso, você precisa se preocupar em ser feliz! O medo da HII pode ficar pra trás
e, por alguns momentos, esquecer de tudo e curtir o mundo dos sonhos!
Espero
que estas dicas sejam úteis para quem está pensando em viajar e tem medo de
passar mal ou não aproveitar a viagem por conta de alguma doença."
Se você também visitou o parque com alguém com necessidades especiais, deficiência ou alguma síndrome e quiser dividi-la com a gente, mande um e-mail para contato@orlandoemfamilia.com.br
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